15 de ago. de 2011

Como calcular os custos de produção - Ponto de equilíbrio (passo 10)



Este é o passo 10/10 de como criar um plano de gerenciamento de custos. Mostraremos nesta postagem o significado de Ponto de Equilíbrio, como calculá-lo, e principalmente entender a sua verdadeira utilidade na tomada de decisões. O seu entendimento é de importância vital para o empreendimento.

O Ponto de Equilíbrio é a ferramenta que vai mostrar ao empresário e/ou gestor financeiro o valor de vendas necessário para que a empresa não tenha prejuízo. Tão básico quanto projetar os lucros é saber qual o valor mínimo de receitas para não implicar em prejuízos para o negócio.

Você que é dono do seu negócio e quer saber como aplicar essa ferramenta em sua empresa, verá que é bastante simples. A seguir, mostraremos através de um caso prático como efetuar o cálculo do Ponto de Equilíbrio.

O que é Ponto de Equilíbrio?

De uma forma ampla, chama-se de Ponto de Equilíbrio o momento em que o valor das receitas iguala-se ao valor dos gastos totais - neste instante o resultado da empresa é igual a zero; nem lucro nem prejuízo.

Pegando o valor bruto de vendas e deduzindo o valor dos custos e despesas variáveis, o que sobrar deverá (pelo menos) ser suficiente para cobrir os gastos fixos (custos e despesas) para que, assim, a empresa esteja em um ponto de equilíbrio (lucro zero). A partir dos gastos fixos e da margem de contribuição (%), pode-se chegar ao total de receitas necessário a pagar os gastos totais da empresa – A esse processo chamamos de Cálculo do Ponto de Equilíbrio.

Como calcular o Ponto de Equilíbrio (PE)?

Para calcular o PE é necessário: (a) separar os custos/despesas em fixos e variáveis e (b) saber a margem de contribuição relativa.

A fórmula para o cálculo do PE é simples e de fácil entendimento.

PE = (CF+DF)/ MC%

Onde,
PE = Ponto de Equilíbrio
CF = Custos Fixos
DF = Despesas Fixas
MC% = Margem de Contribuição Relativa*

(*) Representação percentual da margem de contribuição total conforme demonstrado na postagem sobre Margem de Contribuição (figura 1).

MC% = {(vendas) – (gastos variáveis)}/ vendas

Por exemplo:
Vendas = R$ 100,00
Gastos variáveis = R$ 60,00
MC = R$ 40,00 >> MC% = 40/100 = 40% = 0,4

Como as vendas e gastos variáveis são diretamente proporcionais, então a MC% não muda. 

Qual a importância do cálculo do PE para a empresa?

Ferramenta para análise de viabilidade de empresas já existentes
Como disse anteriormente, o entendimento do cálculo do PE é de utilidade vital para a empresa. A análise do PE juntamente com as variáveis do ambiente mercadológico mostra ao empreendedor a viabilidade do negócio. Se as receitas da empresa não forem suficientes para cobrir os gastos e ainda gerar lucro, certamente não é inteligente insistir nesse projeto.

Ferramenta para análise de viabilidade financeira de novos empreendimentos
A possibilidade de calcular o PE através dos custos fixos e da margem de contribuição facilita a vida daqueles que desejam ser donos do próprio negócio. Ainda na fase do plano de negócios pode-se mensurar os gastos fixos operacionais e os gastos variáveis, sendo este último encontrado através da previsão de vendas e produção (ou mercadorias), e dessa forma encontrar a margem de contribuição.    

Vamos à pratica, com o nosso case Granja Pint-G.

Para criarmos a tabela do cálculo do Ponto de Equilíbrio pegaremos dados da tabela da postagem sobre margem de contribuição (abaixo).


Vamos extrair o que precisaremos para montar nossa equação do Ponto de Equilíbrio.

MC% = 35,97% = 0,3597

Pela DRE (ver DRE »)
Custos Fixos (CF) = R$ 86.691,39  

Em nosso caso, para achar as Despesas Fixas, vamos fazer a seguinte conta: Despesas totais (total Despesas Operacionais no DRE) menos Despesas Variáveis (figura 1 acima) é igual a Despesas Fixas. >> 160.981,38 – 43.510,00 = 117.471,38, portanto:

Despesas Fixas (DF) = R$ 117.471,38

Aplicando a fórmula:

PE = (CF+DF)/ MC%

PE = (86.691,39 + 117.471,38) / 0,3597

PE = 567.591,80

Chegamos ao final das postagens de como criar um plano de gerenciamento de custos. É claro que o tema não foi abordado em sua totalidade, porque é muito amplo, mas a intenção foi dar uma idéia geral do assunto.

Parabéns a você que conseguiu nos acompanhar até a última postagem, agora é só aprimorar seus conhecimentos e aplicá-los na sua empresa.

João N

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Fontes de consulta:
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 9a. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.

3 comentários:

  1. Gostei Muito do BLOG, indico ele para os Acadêmicos de Administração de Empresas como eu, tirou todas as minhas duvidas em relação a DRE. ADOREI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! PARABÉNS...

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  2. Boa tarde João e pessoal do Blog,
    Acompanhei as postagens de como fazer um plano de gerenciamento de custos e me ajudou muito, pois estava com muitas dúvidas a esse respeito e consegui saná-las. Espero que continuem mantendo com essas postagens, pois é de grande valia pra todos. Felicidades e que sejam abençoados todos.

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    1. Oi Cleonice, muito obrigado pela participação.
      Fico muito feliz que o blog esteja sendo útil pra você. Faz um tempinho que não posto nada, mas logo logo estarei disponibilizando mais conteúdo.

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