Muitas empresas (sejam elas micro, pequenas ou médias), no esforço de conseguir crédito, têm apresentado aos bancos relatórios financeiros e operacionais inventados. Essa prática não é recente. De um lado, o mutuário faz de conta que é isso mesmo, e de outro, o banco finge que não vê. Será que essas empresas, de posse dos recursos financeiros obtidos, sabem realmente o que fazer com eles?
Porque as pequenas e médias empresas estão tão habituadas a apresentar aos bancos demonstrativos financeiros e operacionais diferentes do que realmente são? Relatórios de faturamento sobreavaliados, projeções de fluxo de caixa supra-otimistas, margens de lucro na contramão do mercado, etc., são alguns desses demonstrativos.
Creio que uma das principais explicações é a grande demanda por crédito para tapar os furos de caixa, conjugada às dificuldades de obtenção do mesmo (principalmente os micro e pequenos empreendendores).
É fato que uma parte dessas empresas tem seus registros contábeis subavaliados, onde de certa forma é até compreensível, levando em conta a forte carga tributária em que tentam esquivar-se (não fazendo apologia à evasão fiscal), mas também não é motivo para sobreavaliá-los. Não é justificável apresentar uma realidade que está muito além da sua realidade.
É claro que os bancos possuem mecanismos de cálculo e sistemas capazes de detectar distorções nos dados apresentados pelas empresas, mas ainda que haja a validação destes dados e sua empresa seja contemplada com o tão almejado empréstimo (talvez com um valor até superior ao que você esperava), você possivelmente estará ajudando a cavar o buraco em que sua empresa jaz.
O crédito financeiro, em todas as suas modalidades, se mal aplicado, estará mais para um tropeço que um catalizador dos negócios.
A dica é: antes que o seu limite de crédito seja estabelecido pelo seu banco, estabeleça você mesmo o seu limite e evite pegar mais do que você realmente precisa. É tentador, mas resista.
Faça cálculos, analise as informações detalhadamente, peça ajuda, ou seja, não lance mão de um crédito sem antes saber minuciosamente o que fazer com ele.
Se o fluxo de caixa da empresa anda de mau a pior e está difícil cumprir com as obrigações financeiras, identifique primeiro a causa do problema. Se não souber qual bicho está corroendo o seu capital de giro, todo novo recurso que entrar será devorado também.
(o que é acompanhar um blog?)
João N
Leia ainda...
Nenhum comentário:
Postar um comentário